Um dos grandes mistérios do mundo da arte está relacionado a Mona Lisa, de Leonardo Da Vinci. Você já deve ter visto ou ouvido falar desta obra por aí, a não ser, é claro, que você tenha vivido toda sua vida até aqui em outro planeta.
Há séculos, pesquisadores têm analisado e teorizado sobre o sorriso de La Gioconda, pintura em madeira feita entre 1503 e 1506 a pedido de Francesco del Giocondo. O retrato de Mona Lisa, então grávida, era para ser um presente de Giocondo à esposa, que simplesmente detestou o resultado, fazendo com que o marido devolvesse a obra a seu criador.
Mal ela sabia que seu retrato se transformaria em uma das obras de arte mais famosas do mundo, sendo vista por milhões de pessoas que fazem uma espécie de peregrinação ao Museu do Louvre, em Paris, para tentar descobrir pessoalmente o que torna seu sorriso algo tão único. Bem… tornava.
Isso porque recentemente foi descoberto um outro retrato pintado anos antes por Da Vinci, La Bella Principessa, que usa o mesmo efeito visual para criar a impressão de um sorriso enigmático. A garota retratada por volta de 1496 tinha 13 anos na época e se chamava Bianca, filha de Ludovico Sforza.
A pintura foi uma encomenda do pai, para celebrar o casamento da filha com um comandante do exército milanês.
Da mesma maneira que acontece com Mona Lisa, La Bella Principessa parece estar sorrindo a uma determinada distância, mas quando as pessoas se aproximam, seus lábios parecem se inclinar, dando a ela uma aparência melancólica. Outra semelhança com La Gioconda é que o sorriso de Bianca aparece mais facilmente na visão periférica do público, sumindo quando se olha diretamente para os lábios.
Uma das explicações mais aceitas para o enigmático sorriso de Mona Lisa passa, de certa maneira, pela matemática, já que tudo depende do ângulo de visão.
O “sorriso incapturável”, essa expressão que não pode ser capturada, foi o termo utilizado pelos pesquisadores Alessandro Soranzo e Michelle Newberry, da Sheffield Hallam University, para definir a ilusão visual utilizada por Da Vinci.
Para chegar a esta conclusão, foram realizados diversos experimentos, nos quais os participantes olhavam para os retratos a partir de uma determinada distância ou versões borradas para estimular a visão periférica. A cada distância, as expressões aparentavam uma emoção diferente.
A técnica que permite essa ilusão visual é chamada de sfumato, que mistura cores e sombras para produzir transições suaves e graduais, sem contornos claros. Em Mona Lisa e La Bella Principessa, Da Vinci usa essa técnica nas bocas, não havendo uma linha clara entre os lábios e o restante do rosto.
E você, como enxerga estas telas?