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Verão logo ali e o país já antecipa uma nova epidemia de dengue.

O problema é que o mesmo Aedes Aegypti que transmite essa doença também é o vetor da febre amarela, a febre zika e a chikungunya – ou seja, cada uma pior do que a outra. Desta vez o perigo é ainda maior, especialmente para gestantes, que correm o risco de dar à luz a crianças com microcefalia.

A primeira reação que a gente tem diante dessas notícias é: e se eliminássemos todos os mosquitos do planeta? Afinal, eles costumam ser relacionados à sujeira e doenças. Isso sem contar todas as vezes que eles não deixaram a gente dormir zunzunzando perto da nossa orelha a noite inteira. Verdadeiras pragas capazes de arruinar vidas.

Levando-se em conta que os mosquitos representam uma parte enorme da biomassa do Planeta Terra, e o quanto eles afetam o comportamento de diferentes espécies, são fonte de alimento para alguams e ainda colaboram com a evolução de outras, será que seria possível para todas elas sobreviverem à extinção dos mosquitos?

Acredite ou não, para diversos especialistas em insetos, a resposta é: sim.

No caso das espécies que se alimentam de mosquitos, os insetos são apenas um suplemento à sua dieta e, apesar de parecerem necessários na cadeia alimentar, poderiam ser facilmente substituídos. Um sapo que se alimenta de 50% de mosquitos e 50% de traças, por exemplo, passaria a comer apenas traças.

Outra coisa é que os mosquitos não são os predadores naturais de nenhuma espécie perigosa, e sua extinção não causaria nenhum desequilíbrio no planeta.

Há, então, um movimento crescente que defende que os mosquitos deveriam ser eliminados de vez, usando como principal arma a modificação genética. Este “super-mosquito” seria responsável por explorar as fraquezas da espécie e dominar a população, até a total extinção.

E o que impede os pesquisadores, então?

Basicamente, todos os estudos até agora são pura especulação. Seria muito arriscado fazer isso, especialmente quando não se sabe o real impacto a longo prazo de uma ação como essa.

Ainda assim, no caso do Aedes Aegypti, há estudos avançados para a modificação genética da espécie, que colaboraria com o seu combate. E, levando em consideração as notícias recentes, qualquer ação que ajude a combater este mosquito é essencial.