Peraí, será que você leu certo o título deste post? Pior ainda, será que foi isso mesmo o que a gente quis dizer? Para tudo. Como é que tem alguém capaz de considerar a possibilidade de um computador ter pintado um novo quadro de Rembrandt, um artista que teve como uma de suas principais conquistas a capacidade de retratar emoções humanas de uma forma muito mais realista e convincente do que muitos outros artistas?
Galera do GoBetaGo, vocês estão loucos, alguns podem estar pensando.
Nascido em 15 de julho de 1606, Rembrandt van Rijn ainda é considerado um dos maiores nomes da arte, responsável por obras sensacionais, como São Paulo, A Volta do Filho Pródigo, O Rico Insensato, Cristo na Tempestade do Mar da Galileia, A Lição de Anatomia do Dr. Tulp e A Descida da Cruz.
De todas suas obras, entretanto, a mais conhecida – e considerada um verdadeiro tesouro nacional pelos holandeses – é A Ronda Noturna. O quadro, um óleo sobre tela, retrata a milícia do capitão Frans Banning Cocq no momento em que o grupo está prestes a marchar ao alferes Willem van Ruytenburch.
Diante da genialidade de um artista, a gente se pergunta: seria possível criar uma obra que poderia ser atribuída a Rembrandt, mas criada por um computador?
A questão foi o ponto de partida para The Next Rembrandt, projeto resultante do trabalho de 18 meses de um grupo de historiadores da arte, desenvolvedores de softwares, cinetistas, engenheiros e analistas de informação.
Ao longo deste projeto, foram analisados todos os trabalhos conhecidos de Rembrandt – foram mais de 300 pinturas, usando scanners 3D de alta resolução para capturar todos os detalhes e criar um algoritmo que poderia eventualmente ser capaz de recriar seu estilo. Toda a informação serviu para alimentar uma impressora 3D, que recriou o estilo do artista usando 13 camadas de tinta com base UV.
O resultado foi uma pintura inédita, por assim dizer, um retrato de um homem do século 17 que se parece exatamente como tendo saído do estúdio de Rembrandt. A pintura consiste em 148 milhões de pixels, baseados em mais de 160 mil fragmentos de trabalhos do artista.
Isso quer dizer que se isso pode ser feito com Rembrandt, que garante que a experiência não será repetida por falsificadores e comecem a aparecer um monte de obras inéditas ou desconhecidas de outros artistas, como Van Gogh ou Da Vinci?
Segundo a mente por trás do experimento, os criativos da agência J Walter Thompson, o objetivo deste projeto desenvolvido para o ING Bank não é enganar ninguém, mas sim explorar a inovação na arte – meta que parece ter sido alcançada com louvor. A ideia era ultrapassar os limites da tecnologia e, consequentemente, levantar questões em torno do futuro da arte, assim como analisar sua história.
No final das contas, a gente fica se perguntando de quem é o crédito quando um computador cria uma obra de arte. E tem certeza de que o futuro só está começando.