É normal que toda regra tenha lá sua exceção. Inclusive nos meses do ano. Todo mundo sabe que fevereiro é o mês mais curto do ano e que, diferentemente dos demais, que têm entre 30 e 31 dias, conta com apenas 28. A não ser a cada 4 anos, quando ganha mais 1 e conta 29 dias.
Por aparecer apenas a cada 4 anos, em anos chamados “bissextos”, o 29 de fevereiro é considerado por muitos um dia especial, especialmente para quem nasceu nele. Imagina só?!
A explicação científica nos remete à astronomia. Um ano não tem 365 dias, mas 365.242 dias – mais ou menos 365 dias e 1/4.
Na escola, a gente aprende que 1 dia tem 24 horas porque este é o tempo que a Terra leva para girar em torno de seu próprio eixo. Só que, para essa contagem funcionar, a gente precisa de um ponto de referência – neste caso, o sol. A contagem começa quando o sol está no ponto mais alto do céu e termina quando ele volta ao mesmo ponto. Pronto, temos o que podemos chamar de um dia solar.
E se a gente mudar o ponto de referência e, no lugar do sol, usarmos as estrelas? O que teremos será o chamado dia sideral, que dura 23 horas, 56 minutos e 4 segundos.
Opa, mas por que rola essa diferença?
Na prática, nosso planeta leva um dia sideral para girar em torno de seu próprio eixo. Só que durante este tempo, a Terra se move um pouquinho em sua órbita ao redor do sol, mudando levemente seu ângulo em relação ao astro. O resultado é que até o sol atingir o ponto mais alto do céu são necessários mais 4 minutos – a diferença de tempo entre o dia sideral e o dia solar.
É daí que toda noite, as estrelas começam a aparecer 4 minutos antes.
Agora, vamos pensar no calendário. Um ano trópico – ou seja, o tempo necessário para se passar as quatro estações (primavera, verão, outono, inverno) – tem 365.242 dias solares. Então, a cada 4 anos, temos 1 dia solar a mais.
Só que, se você continuar fazendo as contas, vai perceber que em algum momento, a gente vai acabar ultrapassando o número de dias necessários para acertar o calendário. É por isso que a cada 4 anos (assim como a cada 400 anos), o ano é bissexto. A cada 100 anos, entretanto, não é bissexto.
Isso ocorre porque tanto os anos múltiplos de 4 quanto de 400 serão sempre bissextos. A exceção está naqueles que também são múltiplos de 100. E se for múltiplo de 4 e 400, mas também for múltiplo de 100? Daí prevalecem as duas primeiras regras, como aconteceu no ano 2000.
Caso você esteja se perguntando, em 1900 foi a última vez que a regra do 100 foi aplicada. A próxima será somente em 2100.